HISTÓRIA

  Roque Santeiro foi uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo e exibida de 24 de junho de 1985 a 22 de fevereiro de 1986, com 209 capítulos, escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva baseado em original do próprio Dias Gomes, a peça de teatro O Berço do Herói; teve também as colaborações de Marcílio Moraes e Joaquim Assis e pesquisa de texto de Lilian Garcia, sendo dirigida por Gonzaga Blota, Paulo Ubiratan, Marcos Paulo e Jayme Monjardim. A novela será retransmitida a partir de 18 de julho de 2011 no canal a cabo Viva. Teve José Wilker, Regina Duarte, Lima Duarte e Armando Bógus nos papéis centrais da história.

Índice

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[editar] Trama

A história se passa na cidade fictícia de Asa Branca, em algum lugar do Nordeste brasileiro. Há 17 anos, o coroinha Luiz Roque Duarte, conhecido como Roque Santeiro por sua habilidade em modelar santos, morreu ao defrontar os homens do bandido Navalhada, logo após seu misterioso casamento com a desconhecida Porcina. Santificado pelo povo, que lhe atribui milagres, tornou-se um mito e fez prosperar a cidade ao redor da sua história de heroísmo. Só que Roque não está morto e volta à cidade, ameaçando pôr um fim ao mito. Sua presença leva ao desespero o padre Hipólito, o prefeito Florindo Abelha e o comerciante Zé das Medalhas, principal explorador do santo. Mas o maior prejudicado é Sinhozinho Malta, o todo-poderoso fazendeiro do lugar, que vê ameaçado o seu romance com a "viúva" Porcina, que nunca foi casada com Roque e sempre viveu à sombra de uma mentira articulada por Malta. Mentira institucionalizada para fortalecer o mito e tirar vantagens pessoais. Ao retornar, Roque interfere na relação de Sinhozinho e Porcina, além de reacender a paixão de Mocinha, a verdadeira noiva, que nunca se conformou com seu desaparecimento e que se manteve casta à espera de seu amor, mesmo pensando que ele estivesse morto. Ela é filha do prefeito Flô e da beata dona Pombinha, sendo cortejada pelo soturno professor Astromar Junqueira, suspeito de ser o lobisomem. Asa Branca também fica agitada com a chegada de Matilde, que monta o único hotel da cidade, a Pousada do Sossego, e traz do Rio de Janeiro duas dançarinas, Ninon e Rosaly, que vão trabalhar em sua "Boate Sexus", e enfrentar a ferrenha oposição do padre Hipólito e das beatas da cidade, comandadas por dona Pombinha Abelha. Também chega à cidade a equipe de filmagem comandada por Gerson do Valle, o cineasta que vai filmar "A saga de Roque Santeiro". A película tem como astros principais a atriz Linda Bastos, casada com o ciumento Tito e por quem o diretor é apaixonado;e o mulherengo ator Roberto Mathias, que acaba por se envolver com a viúva Porcina, com Tânia, filha de Sinhozinho Malta, e com Lulu, a reprimida esposa de Zé das Medalhas.

[editar] Curiosidades

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  • Dias Gomes criou Roque Santeiro baseado em uma peça de teatro, de sua autoria, chamada O berço do herói, que havia sido censurada e proibida. A telenovela seria exibida em 1975 pela Rede Globo e já tinha 30 capítulos gravados, além de chamadas anunciando sua estréia. Porém, no dia da estréia, a Rede Globo recebeu ofício do governo federal censurando a telenovela.[1][2] A emissora então pôs no ar uma reprise compacta de Selva de Pedra, de Janete Clair, enquanto outra era escrita - Pecado Capital -, também de Janete. O motivo da censura foi uma escuta telefônica do governo, em que foi gravada uma conversa de Dias Gomes, em que ele afirmava que Roque Santeiro era apenas uma forma de enganar os militares, adaptando O Berço do Herói para a televisão, com ligeiras modificações que fariam com que os militares não percebessem que se tratava da mesma obra.[3]
  • Dez anos depois, já no governo civil de José Sarney, a telenovela foi finalmente liberada e pôde ser exibida. Por consideração aos artistas envolvidos no trabalho original, os mesmos foram convidados a retomar seus personagens. Porém, Francisco Cuoco e Betty Faria, recusaram os papéis de Roque Santeiro e Viúva Porcina, Lima Duarte retomou o personagem Sinhozinho Malta. Além de Lima, outros atores que participaram da versão censurada e que retornaram nesta com os mesmos papéis foram João Carlos Barroso, Luiz Armando Queiroz e Ilva Niño. Elizângela, que foi Tânia em 1975, desta vez viveu Marilda. Milton Gonçalves, que em 1975 interpretava o padre Hipólito, em 1985 foi Lourival Prata, o promotor público. Lutero Luiz que em 1975 era o prefeito, na versão de 1985 foi o Dr. Cazuza.[carece de fontes?]
  • Foram gravados oficialmente dois finais para a telenovela, um no estilo do filme Casablanca, no qual Porcina fica em dúvida se embarca com Roque no avião ou continua com Sinhozinho Malta, que por fim vai embora. No final exibido a viúva opta por permanecer ao lado do coronel, e os dois terminam acenando para Roque, que vai embora. De acordo com o documentário "A Negação do Brasil", de Joel Zito Araújo, teria sido gravado um terceiro final, no qual Porcina terminava ao lado do capataz Rodésio, interpretado por Tony Tornado, algo que de acordo com as declarações dos envolvidos não teria sido divulgado à imprensa pela Rede Globo.[carece de fontes?]
  • Sinhozinho Malta tinha uma característica que ficou marcante e lembrada até os dias de hoje: quando estava nervoso, sacudia as pulseiras, num tique acompanhado por um efeito sonoro, com o som de uma cascavel, seguido do bordão "Tô certo ou tô errado?".
  • Primeira novela de Patrícia Pillar, Maurício Mattar e Cláudia Raia.[carece de fontes?]
  • A trilha sonora volume I foi remasterizada e lançada em CD em 2001, pela Som Livre, de modo que as faixas Verdades e Mentiras de Sá & Guarabira e Vitoriosa de Ivan Lins, do segundo volume, também foram inclusas no CD. Já a faixa "A Outra", de Simone, foi excluída.[carece de fontes?]
  • Cláudia Raia fez de sua personagem Ninon, um grande sucesso. Tanto, que estampou a capa da revista Playboy, por duas vezes, durante a exibição da novela, em setembro de 1985, e, em janeiro de 1986. Bem, como Yoná Magalhães, com sua personagem Matilde, que estampou a capa da revista Playboy, mas por uma única vez, em fevereiro de 1986, no mês de encerramento da novela.[carece de fontes?]
  • A novela também foi exibida em Portugal, Cuba e em Angola, onde deu nome ao mercado aberto de Luanda.[carece de fontes?]
  • Na primeira versão da novela, em 1975, o padre Hipólito se chamava padre Honório, sendo interpretado por Milton Gonçalves, e o bandido Navalhada se chamava Trovoada, papel de Rafael de Carvalho.[carece de fontes?]
  • Com o sucesso da novela, a campanha de fim-de-ano da Globo em 1985 foi com os personagens de Roque Santeiro se confraternizando na praça da cidade, ao som do "A Festa é sua".[carece de fontes?]
  • No ano de 2010 foi lançado um box com 16 DVDs contendo um compacto de Roque Santeiro de aproximadamente 50 horas de duração. Sendo a primeira novela brasileira a ser lançada nesse formato.[carece de fontes?]

[editar] Exibição

[editar] Audiência

  • Quando foi reprisada, pela primeira vez em 1991, a audiência foi satisfatória, muito maior do que a das séries estrangeiras que ocupavam o horário, chegando à 36 pontos[4].